Me deixe mais próxima
Patrícia
Os pais da Paty foram viajar há algumas semana. O irmão, mais velho, resolveu ir junto. Ela, que aprendeu que "ficar sozinha em casa não tem preço", decidiu tirar férias de todos. Foram 7 dias, com cozinha e louça sujos, visitas, amigos, andar de calcinha pela casa as 4 da tarde e encontros. Um amigo colorido veio do sertão visitar-lhe.
Ao fim da semana entre cores, músicas, festas particulares, cinzeiros sujos, lixos transbordando, vassoura, sabores, lençóis, garrafas vazias, beijos, comidas rápidas gostosas e sonos em lugares estranhos da casa, a saudade tem acompanhado seu corpo e sentidos.
Resolveu então pegá-las e enviar por mail:
Ao fim da semana entre cores, músicas, festas particulares, cinzeiros sujos, lixos transbordando, vassoura, sabores, lençóis, garrafas vazias, beijos, comidas rápidas gostosas e sonos em lugares estranhos da casa, a saudade tem acompanhado seu corpo e sentidos.
Resolveu então pegá-las e enviar por mail:
Cheguei meio viva, acho. Já sinto saudades dos tempos em que éramos um só na cama. Saudades de te ver na hora em que acordo, no meu almoço às três da tarde, no meu banho gelado que disfarça o calor do corpo. Se pareço melancólica, desculpe, não foi essa a minha intenção. Foi só o medo que passou por mim e deixou o seu cheiro. Quero te ver de perto. De repente o amor me parece inconstante. Ou serei eu a inconsciente? Não sei. Não sei de muitas coisas. E penso saber de muitas outras. Meus seios estão inchados (acho que é a tpm), mas não me sinto sexy. Nem um tesão absurdo assistindo a um show de rock. Meu corpo é outro. É como se eu seu precisasse te sentir para me sentir. Me deixe mais próxima. Me conte a hora em que acordou, o que comeu, a que horas foi ao banheiro, com que cueca está...